23.4.07

Everybody say yessssssa!


Na passada sexta feira, foi altura de fazer uma pausa nas habituais idas à catedral indie de Braga, e (após o "toque" da campaínha) dar um salto ao festival de jazz de Matosinhos para assistir a uma noite de good old fashioned gospel & soul a cargo da diva Liz McComb, considerada uma das mais importantes vozes do género, tendo já actuado com Ray Charles e James Brown.
Dona de um vozeirão impressionante e com uma presença em palco do tipo "Nina Simone cool", conseguiu a proeza de dar um concerto de quase duas horas e meia (que passaram a voar), cativando um público absolutamente rendido logo a partir da primeira música (entoada acapela), e que não se fez rogado a participar na festa sempre que para isso tinha oportunidade.
Entre alguns clássicos e outros temas que, devido ao desconhecimento da obra da senhora, não poderia identificar, atravessou géneros musicais com traços familiares (gospel, soul, jazz, fazendo inclusive uma aproximação ao afro-beat) com uma classe e um carisma ao alcance de muito pouca gente. Sentada ao piano, ou mesmo descendo até à plateia para interagir com a assistência, os olhos estiveram sempre colados naquela "godmother of soul" e os ouvidos atentos a cada nota que a sua portentosa garganta emitia .
De destacar ainda a presença de Jean Roussel, que, com o seu aveludado Hammond, foi o background perfeito para a voz de Liz, criando momentos verdadeiramente deliciosos.
O concerto contou também com a participação do casal Ferro, proprietários do B-Flat, ele no baixo, como parte integrante da banda, e ela na fila atrás de mim a falar incessantemente...
E foi exactamente no B-Flat, que a noite acabou da melhor maneira possível. Já lá assisti a muitos e muito bons concertos de jazz, mas vai ser quase impossível superar esta noite. É que quem lá foi, teve o previlégio de assistir a uma jam session de Liz McComb com alguns dos outros músicos do festival, e vai ficar com uma assombrosa interpretação de "Summertime" gravada na memória. Dois dedos de conversa e o autógrafo da praxe, foram a cereja em cima do bolo. Praise the Lord!

(Z)

1 comentário:

baba disse...

Ó Zé, devo-te dizer que não conheço mais ninguém NO MUNDO que vá ver tanta música! Polamordedeus!!!!!!!! Será que é um vírusda tua geração, cerca de vinte anos após a minha? ; )